Você talvez nunca tenha reparado, mas a temperatura do seu corpo aumenta quando alguém lhe desperta o desejo. É uma reação natural, fisiológica, que deu origem a uma famosa figura de linguagem: “A febre do desejo dispara o coração quando, ao fundo, eu te vejo dentro do maiô, ou não!” (Rádio Táxi). Às vezes, basta uma certa lembrança ou a pura imaginação, mas o que costuma causar essa febre é mesmo uma bela visão: “Um vento ousado na saia revela o desejo guardado no olhar! Quando você quer, eu quero! É febre no corpo, um eterno verão!” (Araketu). Se, além de olhar, a pessoa puder tocar no que deseja, a febre faz é aumentar: “Ah, esse maldito fecho-ecler! De repente, a gente rasga a roupa, e uma febre muito louca faz o corpo arrepiar!” (Kleiton & Kledir). De bônus, às vezes, com o tempo, o corpo não arrepia mais tanto quanto antes: “Eu tenho febre, eu sei, é um fogo leve que eu peguei do mar ou de amar, não sei, mas deve ser da idade!” (Marina). (Texto de Márcio Salema)