O tipo de amor de quem ama sozinho, em silêncio, sem coragem de declarar o que sente para a pessoa amada. Jorge Benjor sabe bem o que é isso, já se viu dominado por esse amor várias vezes. Em 1963, seu coração batia baixinho, quase calado, por uma certa menina: “Que não sabe quem eu sou, não conhece meu amor! Você passa e não me olha, mas eu olho pra você!” (‘Por causa de você’). Em 1970, de novo, ficava só contemplando a musa da vez: “Não me importo que ela não me olhe, não diga nada e não saiba que eu existo! Fico contente só de ver ela passar!” (‘Oba, lá vem ela’). Em 1974, chegou a perder o sono: “Será que ela não sabe que eu fico acordado pensando nela todo dia, toda hora, passando pela minha janela, sabendo que eu fico a olhar?” (‘Menina mulher da pele preta’). De bônus, em 1993, finalmente ela olhou pra ele: “Você olhou quando eu passava! Não sei se foi por querer! Mas eu fiquei imaginando coisas!” (‘Moça bonita’). (Texto de Márcio Salema)