O fogo do desejo queima por dentro, faz o sangue ferver, a pele arder, mas não dói! Pode deixar esse fogo queimar à vontade. Pra acender, basta uma faísca. Pra apagar, não basta assoprar. Às vezes, pode até jogar água que não apaga: “Um fogo queimou dentro de mim! Que não tem mais jeito de se apagar! Nem mesmo com toda a água do mar!” (Joyce). Às vezes, não apaga nem se chover: “Deixa chover! Deixa a chuva molhar! Dentro do peito, tem um fogo ardendo que nunca vai se apagar!” (Guilherme Arantes). Às vezes, só uma certa pessoa é capaz de apagar o fogo do desejo: “Sou nó na madeira! Lenha na fogueira que já vai pegar! Se é fogo que fica, ninguém mais apaga! É a paga da praga que eu vou te rogar!” (João Nogueira). De bônus, às vezes, em vez de apagar, você faz é aumentar esse fogo: “Você é o fósforo, eu sou o pavio! Eu sou o gás, você é a fagulha! Eu sou o fogo, você é a gasolina! O nosso jogo é perigoso, menina!” (Roberta Sá e Lenine). (Texto de Márcio Salema)