Ir para o conteúdo principal
Ditadura Militar

Caminhando e Cantando

Poucas armas são tão poderosas quanto uma canção de protesto. Não dispara um tiro, mas penetra nos corações e mentes. Desperta, insufla, inflama. Foi o que fizeram várias canções, nos anos 1960, contra o Regime Militar. Denunciando a repressão: “Jogaram a viola no mundo, mas fui lá no fundo buscar! Se eu tomo a viola, ponteio! Meu canto, não posso parar! Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar!” (Edu Lobo). Incitando a resistência: “A voz que canta uma canção, se for preciso, canta um hino, louva a morte! Porta-bandeira, capoeira, desfilando, vão cantando! Liberdade!” (Marcos Valle). Criticando a passividade: “Eu quis cantar minha canção iluminada de Sol, mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer!” (Os Mutantes). De bônus, convocando a população: “Caminhando e cantando e seguindo a canção! Vem, vamos embora! Que esperar não é saber! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!” (Geraldo Vandré). (Texto de Márcio Salema)

  • 1

    Meu canto, não posso parar

    “Tinha um que jurou me quebrar! Não lembro de dor nem receio! Jogaram a viola no mundo! Mas fui lá no fundo buscar! Se eu tomo a viola, ponteio! Meu canto, não posso parar! Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar!”

    'Ponteio’, de Edu Lobo e Capinam
  • 2

    Liberdade

    “A mão que toca um violão, se for preciso, faz a guerra, mata o mundo, fere a terra! A voz que canta uma canção, se for preciso, canta um hino, louva à morte! Porta bandeira, capoeira, desfilando, vão cantando! Liberdade!”

    'Viola Enluarada’, de Marcos e Paulo Sérgio Valle
  • 3

    Uma canção iluminada de Sol

    Eu quis cantar minha canção iluminada de Sol! Soltei os panos sobre os mastros no ar! Soltei os tigres e os leões nos quintais! Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer!”

    'Panis et circenses', de Caetano e Gilberto Gil
  • 4

    E seguindo a canção

    “Caminhando e cantando e seguindo a canção! Somos todos iguais, braços dados ou não! Nas escolas, nas ruas, campos, construções! Vem, vamos embora! Que esperar não é saber! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”

    'Pra não dizer que não falei das flores’, de Vandré